Google apresenta Gemini: maior e mais poderosa IA para concorrer com a OpenAI

Google Gemini possui três variantes para atender desde celulares e tablets Android até tarefas que dependem de mais processamento de dados

Imagem: Divulgação

Depois do sucesso da OpenAI ao aplicar seus modelos de IA no ChatGPT, agora é a vez do Google brilhar. A gigante das buscas apresentou, nesta quarta-feira (6), o Gemini, um modelo de inteligência artificial que será utilizado em celulares Android, Bard, soluções na nuvem e áreas afins.

Essa estreia acontece um ano após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI. Para relembrar, o chatbot foi revelado com o GPT-3.5, exibindo todo o potencial do modelo de linguagem da empresa. Mais tarde, a plataforma se tornou compatível com o GPT-4, que é oito vezes mais poderoso.

Com o Gemini 1.0, o Google busca recuperar o tempo perdido, especialmente ao investir em flexibilidade e dividir a solução em três frentes para atender a diferentes públicos.

Começando pelo Gemini Ultra, a versão mais avançada do trio. Ela será utilizada para tarefas mais complexas que requerem maior poder de processamento.

“Desde processamento de imagem, compreensão de áudio e vídeo até raciocínio matemático, o desempenho do Gemini Ultra supera os resultados atuais de última geração em 30 dos 32 benchmarks acadêmicos amplamente utilizados na pesquisa e desenvolvimento de modelos de linguagem extensos (LLM)”, afirmaram.

Entretanto, o modelo avançado ainda levará algum tempo para ser lançado. “Estamos atualmente finalizando extensas verificações de confiabilidade e segurança”, afirmaram.

Confira a comparação entre o Gemini Ultra e o GPT-4:

Comparativo entre o Gemini e o GPT-4 (Imagem: Divulgação/Google)

O Google Gemini terá uma versão para celulares Android. Além do Ultra, existem mais duas versões do modelo. Entre elas, o Gemini Nano, uma edição mais compacta para executar a IA diretamente em dispositivos.

Durante o anúncio, a empresa afirmou que os desenvolvedores do Android poderão aproveitar o modelo no sistema por meio do AICore. Esse novo núcleo para executar aplicações de IA já está disponível no Android 14, começando pelo Google Pixel 8.

Isso porque, de acordo com o Google, o Pixel 8 é o primeiro celular projetado para rodar a versão Nano do modelo.

Há também o Gemini Pro, uma opção intermediária um pouco mais robusta. Já está em uso no Bard para otimizar os resultados do chatbot do Google.

“Estará disponível em inglês em mais de 170 países e territórios, e planejamos expandir para diferentes modalidades e oferecer suporte a novos idiomas e regiões em um futuro próximo”, anunciaram.

Além disso, a partir de 13 de dezembro, os desenvolvedores terão acesso à API do modelo pelo AI Studio ou Cloud Vertex AI.

Uma mensagem do CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai:

Cada mudança tecnológica é uma oportunidade para promover a descoberta científica, acelerar o progresso humano e melhorar vidas. Acredito que a transição que estamos vendo agora com a IA será a mais profunda de nossas vidas, muito maior do que a mudança para dispositivos móveis ou para a web antes dela. A IA tem o potencial de criar oportunidades — do cotidiano ao extraordinário — para pessoas em todo o mundo. Trará novas ondas de inovação e progresso econômico e impulsionará o conhecimento, a aprendizagem, a criatividade e a produtividade numa escala nunca vista antes.

É isso que me entusiasma: a oportunidade de tornar a IA útil para todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo.

Após quase oito anos de nossa jornada como uma empresa que prioriza a IA, o ritmo do progresso está acelerando: milhões de pessoas estão agora usando IA generativa em nossos produtos para fazer coisas que não conseguiam há um ano, desde encontrar respostas até soluções mais complexas a questões sobre o uso de novas ferramentas para colaborar e criar. Ao mesmo tempo, os desenvolvedores estão usando nossos modelos e infraestrutura para criar novas aplicações generativas de IA. Startups e empresas em todo o mundo também estão crescendo com nossas ferramentas de IA.

Esse é um avanço incrível e, no entanto, estamos apenas começando a arranhar a superfície do que é possível.

Estamos trabalhando com ousadia e responsabilidade. Isso significa sermos ambiciosos na nossa pesquisa e procurarmos habilidades que trarão enormes benefícios às pessoas e à sociedade, ao mesmo tempo que construímos salvaguardas e trabalhamos em colaboração com governos e especialistas para enfrentar os riscos à medida que a IA se torna mais hábil. E continuamos a investir nas melhores ferramentas, modelos de base e infraestrutura e a trazê-los para os nossos produtos e para outros, guiados sempre pelos nossos Princípios de IA.

Agora, estamos dando o próximo passo em nossa jornada com o Gemini, nosso modelo mais hábil até agora, com desempenho de última geração nos melhores benchmarks da indústria. Nossa primeira versão, Gemini 1.0, é otimizada para diferentes tamanhos: Ultra, Pro e Nano. Estes são os primeiros modelos da era Gemini e, com ela, estamos concretizando a visão que tínhamos quando formamos o Google DeepMind no início deste ano.

A nova era dos modelos de IA representa um dos maiores esforços científicos e de engenharia que empreendemos como empresa. Estou genuinamente animado com o que está por vir e com as oportunidades que Gemini abrirá para pessoas em todos os lugares.

– Sundar