As estatísticas não são animadoras. Aparentemente, apenas 4% das empresas no mundo sobrevivem por mais de 10 anos e apenas cerca de 2% conseguem ultrapassar a marca de um milhão de dólares em faturamento.
As razões são diversas, mas uma das mais importantes parece ser o fato de que a maioria dos empresários enxerga sua empresa como um substituto para um salário e, portanto, a opera visando apenas isso, tornando-a muito vulnerável a qualquer ameaça. Em outros casos, há uma confusão entre o crescimento da empresa e o aumento das vendas e do número de funcionários.
O crescimento de uma empresa se manifesta de maneira circular e esse círculo não se completa apenas com o aumento das vendas. É necessário planejar a transformação dessas vendas em margem e, por sua vez, essa margem em um fluxo de caixa que será reinvestido no crescimento das vendas. Assim, é necessário buscar um círculo virtuoso.
E nada disso é alcançado, como muitas vezes intuitivamente pensamos, apenas com esforço. O esforço é fundamental, mas não costuma ser o fator diferenciador, pois quase todos os empresários estão dispostos a se esforçarem bastante. Precisamos da força multiplicadora que chamamos alavancagem, que surge da qualidade das escolhas e decisões que o empresário está capacitado a fazer diariamente.
Em outras palavras, os negócios são um esporte intelectual, onde o jogo é vencido com experiência, conhecimento e boas decisões em todas as áreas da empresa. Assim, se o esforço e o comprometimento são considerados como dados adquiridos, a vantagem competitiva virá de saber onde direcionar esse esforço para obter um melhor resultado.
Absolutamente todas as decisões trazem um ganho ou perda de alavancagem na dinâmica empresarial. O processo de crescimento de uma empresa envolve compreender esse fenômeno e buscar alavancagem em cada escolha que o empresário faz. Muitas vezes, até mesmo várias decisões tomadas podem afetar os níveis de alavancagem entre si.
Assim, é mais um processo de leitura, compreensão e ajustes constantes do que a aplicação de algum tipo de metodologia testada e infalível, como muitas vezes nos tentam vender. Na vida e nos negócios, é assim. Se existisse algum método infalível, seria ensinado nas universidades e todos os bons alunos seriam capazes de gerir qualquer empresa no mundo sem grandes dificuldades.
É fundamental desenvolver a capacidade de ler um “cockpit” imaginário em nossas empresas e entender as alavancas que temos à nossa disposição para direcionar nossa organização rumo aos resultados desejados. E isso é um aprendizado para toda a vida!
Portanto, é crucial que os empreendedores desenvolvam a consciência de que, à medida que constroem seus negócios, devem se tornar cada vez menos operadores – isto é, ocupados com as atividades diárias da empresa – e cada vez mais gestores, preocupados em gerar informações e usar esses insights para tomar melhores decisões em suas empresas.
10 motivos pelos quais um empresário deve aprender a delegar
1- Foco na Estratégia:
Ao delegar as tarefas operacionais, o empresário libera seu tempo para se concentrar em estratégias de negócios, planejamento a longo prazo e tomada de decisões críticas que influenciam diretamente o crescimento da empresa. Essa mudança de foco é vital para identificar novas oportunidades e direcionar a empresa na direção certa.
2- Desenvolvimento de Equipe:
Delegar tarefas ajuda a desenvolver habilidades e competências dentro da equipe. Ao confiar tarefas importantes a seus colaboradores, o empresário estimula o desenvolvimento profissional, aumenta a motivação e prepara a equipe para assumir maiores responsabilidades no futuro.
3- Aumento da Produtividade:
Com a delegação, as tarefas são distribuídas de acordo com as habilidades e competências dos colaboradores, o que tende a aumentar a eficiência e a produtividade geral da empresa. Cada membro da equipe trabalha no que faz de melhor, otimizando o tempo e os recursos disponíveis.
4- Melhoria na Tomada de Decisões:
Delegar não apenas alivia o empresário do excesso de trabalho, mas também promove um ambiente onde mais pessoas estão envolvidas na tomada de decisões. Isso pode levar a uma abordagem mais diversificada e inovadora para resolver problemas e tomar decisões mais informadas.
5- Maior Flexibilidade:
Ao distribuir as tarefas operacionais, a empresa ganha flexibilidade para se adaptar às mudanças de mercado. Isso porque o empresário tem mais liberdade para ajustar estratégias e direções sem estar sobrecarregado com o dia-a-dia operacional.
6- Redução de Estresse:
A sobrecarga de trabalho pode levar a níveis elevados de estresse, o que é prejudicial tanto para a saúde do empresário quanto para o ambiente de trabalho. Delegar tarefas ajuda a distribuir o trabalho de forma mais equilibrada, reduzindo o estresse e melhorando o bem-estar.
7- Criação de uma Cultura de Confiança:
Ao delegar, o empresário demonstra confiança em sua equipe, o que pode fortalecer as relações de trabalho e promover uma cultura organizacional positiva. Isso, por sua vez, aumenta a lealdade e o comprometimento dos colaboradores com a empresa.
8- Melhoria na Qualidade do Trabalho:
Quando as tarefas são delegadas aos colaboradores mais capacitados para executá-las, a qualidade do trabalho tende a melhorar. Isso não apenas aumenta a satisfação do cliente, mas também contribui para a reputação e a competitividade da empresa no mercado.
9- Capacidade de Inovação:
Com mais tempo disponível para a reflexão estratégica e menos preocupações com questões operacionais, o empresário pode se concentrar em inovação e desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios, essenciais para o crescimento sustentável.
10- Sustentabilidade a Longo Prazo:
Por fim, delegar é fundamental para a continuidade e o sucesso a longo prazo da empresa. Preparar a equipe para operar eficientemente sem supervisão constante do empresário garante que a empresa possa prosperar, mesmo na ausência ou diminuição da participação direta do líder.