Empreendedorismo feminino: 6 medidas governamentais para impulsionar mulheres

*Por Carolina Gilberti, CEO da Mubius WomenTech Ventures

Carolina Gilberti, CEO da Mubius WomenTech Ventures  

O empreendedorismo é um transformador social. Para mulheres, sobretudo, os impactos e desafios são ainda maiores. Aquelas que têm acesso à educação conseguem inúmeras ferramentas para aprimorar o próprio negócio e gerar mais renda. No entanto, essa não é a realidade da maioria. 

Diante disso, são necessárias mais políticas públicas para impulsionar negócios femininos. Destaca-se ainda que o Brasil possui características e necessidades distintas em cada região, por isso é fundamental um olhar individual.

De forma geral, algumas medidas podem ser adotadas por governos para que haja um ambiente mais inclusivo e favorável. 

Programas de incentivo financeiro

Criar programas de financiamento específicos para mulheres empreendedoras, oferecendo subsídios, empréstimos com taxas de juros favoráveis e assistência para acessar capital de investimento contribuem de forma significativa para negócios liderados por mulheres, gerando crescimento econômico e desenvolvimento social. 

Capacitação e educação

Programas de capacitação em empreendedorismo feminino, com palestras e mentorias envolvendo empresárias experientes, também fazem a diferença. Outra ação relevante é implementar iniciativas de conscientização e educação para mostrar desafios, obstáculos e oportunidades de mercado.  

Rede de apoio

Estabelecer redes de apoio e comunidades que conectem mulheres empreendedoras também é um caminho para a troca de conhecimentos, experiências e recursos. 

Iniciativas para conciliar trabalho e vida pessoal

É muito importante também desenvolver políticas de conciliação que apoiem mulheres empreendedoras, como licença-maternidade, creches no local de trabalho e horários flexíveis. 

Políticas de licitação e contratação

Simplificar os processos de registro e licenciamento para empresas lideradas por mulheres pode ajudar a reduzir burocracias e custos de um negócio. Outra opção é reservar uma porcentagem dos contratos governamentais às companhias em pauta, incentivando a participação delas em licitações públicas e contratos de fornecimento. 

Promoção da igualdade de gênero 

Vale ainda oferecer incentivos fiscais e benefícios para empresas que promovam a igualdade de gênero e contratem mulheres em cargos de liderança. 

Desafios no Brasil 

Em comparação com outros países, em termos de conscientização e projetos de leis efetivos, o Brasil está atrás de nações mais desenvolvidas, como a Finlândia. Por lá, desde 2022, há uma nova política de licença para pais e mães. Eles têm os mesmos direitos sobre os cuidados dos recém-nascidos. Isso significa que ambos podem passar a licença parental em casa com os filhos com até 160 dias de folga remunerada. 

Políticas como essa transformam uma cultura e reorganizam todo o padrão de vida de uma família, dando a mulher mais oportunidades de retorno ao mercado de trabalho e a chance de participar ativamente do crescimento e da educação dos filhos.  

As mudanças ainda vão muito além. Padrões antigos, mentalidade conservadora e falta de visão ainda prevalecem e são enormes impeditivos para o avanço do empreendedorismo feminino em terras brasileiras. Diálogo e letramento são essenciais para crescer e impulsionar mulheres que estão à frente de negócios. É necessário atingir um grande volume de pessoas para dar início a uma mudança real no país.  

*Carolina Gilberti é CEO da Mubius Womentech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil.