Amazon faz oferta de última hora pelo TikTok nos EUA

A Amazon surpreendeu o mercado ao apresentar uma proposta de última hora para adquirir o TikTok nos Estados Unidos, poucos dias antes do prazo final estabelecido pelo governo americano para que o aplicativo se desvincule da ByteDance, sua empresa-mãe chinesa. Caso contrário, o TikTok poderá ser proibido de operar no país a partir de sábado, 6 de abril. ​

A oferta foi formalizada por meio de uma carta enviada ao vice-presidente JD Vance e ao secretário de Comércio Howard Lutnick. No entanto, relatos da imprensa indicam que a proposta não está sendo levada a sério por outros envolvidos nas negociações. ​

O TikTok, aplicativo de vídeos curtos com 170 milhões de usuários nos EUA, enfrenta há anos pressões políticas devido a preocupações de que sua ligação com a China possa representar riscos de espionagem e uso indevido de dados de cidadãos americanos. Em 2023, o Congresso aprovou uma lei exigindo que o aplicativo fosse vendido para uma empresa americana até janeiro de 2024. O presidente Donald Trump, porém, adiou a aplicação da lei para abril, mesmo após sua confirmação pela Suprema Corte. ​

A Amazon já possui relações comerciais com o TikTok, utilizando influenciadores para promover produtos na plataforma e fornecendo infraestrutura tecnológica, como serviços de nuvem. A empresa busca, com essa aquisição, entrar diretamente no mercado de redes sociais.

Paralelamente, discute-se a possibilidade de entrada de novos investidores americanos, como a Oracle e a gestora de investimentos Blackstone, em vez da venda total do aplicativo. Contudo, não está claro se essa alternativa atenderia às exigências legais americanas. ​

O TikTok afirma que não está à venda, destacando que o governo chinês proíbe a exportação de certos tipos de algoritmos usados no aplicativo para personalizar conteúdo. Assim, mesmo que a ByteDance quisesse vender, seria necessário obter permissão do governo da China. ​

Além da Amazon, outros possíveis compradores incluem o bilionário Frank McCourt e Jesse Tinsley, proprietário da Employer.com. Em 2020, Microsoft e Walmart chegaram a fazer uma oferta conjunta pelo aplicativo, mas a negociação não se concretizou.

Fonte: Exame.com